ESPAÇO MARINHO E A CONSTRUÇÃO SOCIAL DE UM LUGAR: política, cultura e espacialidade na Atenas clássica.

Autor(a): TALYSSON BENILSON GONÇALVES BASTOS

Esta pesquisa busca o alcance da construção de um olhar político, cultural e religioso sobre os pescadores do V e IV século a.C, relacionando o imaginário sobre o mar e este grupo específico, para tal fizemos um estudo sobre o contexto no qual o mar inseria-se e mesclava-se com o corpo cívico ateniense, tal como suas representações e significações, principalmente com as produções da iconografia grega, os discursos criados para se manter um afastamento deste meio que representaria o outro, o diferente referente ao espaço terrestre. Para Platão o mar seria um lugar infrutífero no qual não se poderia plantar muito menos colher nada. Nesse contexto temos a figura do pescador que era visto com um olhar de desconfiança justamente por esse contato constante com o mar, para o grego o mesmo é a identidade social, aquilo que eles tem como modelo, sob a forma do que não é animal, selvagem, mas do que é cívico e sociável. O sentido da alteridade é aquilo que está fora da norma, defendemos que no pensamento do homem ateniense do século V a.C., principalmente da elite intelectual, tudo que envolvia o contato direto com o mar e seus atributos receberia esse olhar de cautela ou mesmo de afastamento. Foi, essa noção de alteridade, que nos fez perceber o porquê dos pescadores afastarem-se do convívio político e social da organização nuclear ateniense, afinal estes não se identificavam com as práticas ali institucionalizadas. Além disso, abordamos questões como o surgimento e a afirmação de um sistema Imperialista empregado pela pólis dos atenienses, que para salvaguardar seu sistema político democrático, fez uso de estratégias militares, políticas e culturais.

Palavras-chave: Mar. Cultura. Alteridade.

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